MERCADO


2014-12-04

 

A Inbrands, holding de moda controlada pela Vinci Partners e que reúne marcas como Ellus, Richards, VR, Salinas e Bobstore, planeja adquirir uma nova grife em 2015. Michel Sarkis, presidente da Inbrands, disse, em entrevista ao Valor, que a aquisição vai ajudar a empresa a diluir despesas e contribuir para acelerar a expansão da receita e do lucro.

No alvo estão marcas de moda casual voltadas ao consumidor das classes A e B. Sarkis disse que avaliará empresas brasileiras de médio porte, que tenham um portfólio complementar ao da Inbrands, e grifes internacionais com interesse em desembarcar no Brasil. "A Inbrands vai atuar em duas frentes, crescimento orgânico e aquisição de uma marca."

Para Sarkis, as duas últimas apostas da companhia - a licença da marca americana Tommy Hilfiger e da holandesa G-Star Raw - têm trazido resultados relevantes.

No fim de 2012, a Inbrands formou uma joint venture com o Grupo PHV com controle compartilhado para administrar e vender os produtos de vestuário da Tommy Hilfiger no Brasil por dez anos. As vendas tiveram início em 2013. No ano passado, a receita com a marca foi de R$ 45 milhões e, neste ano, deve chegar a R$ 105 milhões, na previsão de Sarkis. "Em 2015 a marca terá um outro ciclo expressivo de crescimento. Existe ainda muita área para expandir as vendas em todas as áreas [lojas próprias e franquias, comércio eletrônico, atacado e outlet]", afirmou.

Neste ano, a Inbrands obteve a licença para gerir a marca de jeans G-Star Raw - considerada rival de grifes como Diesel e Replay. A marca foi incluída no portfólio da Mandi, rede de lojas multimarcas do grupo, e deve ajudar a melhorar seu desempenho. A Mandi passa por uma reestruturação e registrou queda de 39% nas vendas nos nove primeiros meses do ano, para R$ 28,8 milhões. "A marca G-Star foi apresentada este ano ao público brasileiro e agora começa a se tornar mais conhecida. Para 2015 a expectativa é de um crescimento forte", disse Sarkis.

Atualmente, as marcas mais relevantes para a Inbrands em termos de receita são a Ellus e Richards. Cada uma deve gerar neste ano receita bruta em torno de R$ 380 milhões, de acordo com a previsão do executivo. Nos nove primeiros meses do ano, a Ellus gerou receita de R$ 274,4 milhões, aumento de 2,3% em relação ao mesmo intervalo do ano passado. A Richards atingiu receita bruta de R$ 242,3 milhões, crescimento de 15,4% na comparação anual.

A Inbrands passou os últimos dois anos consolidando a sua estrutura fiscal, financeira, de recursos humanos e administrativa, para reduzir custos de operação. Nos primeiros nove meses do ano, as despesas gerais e administrativas caíram 9,4%, para R$ 73,7 milhões, e equivaleram a 11% da receita líquida. "Em empresas de menor porte, as despesas variam de 20% a 25% da receita. A junção com uma gestora de marcas é positiva para empresas menores", disse.

Além da aquisição de uma nova grife, a Inbrands planeja ampliar as vendas do portfólio já existente, por meio de abertura de lojas, reforço no comércio eletrônico e na distribuição a redes multimarcas.

A companhia estuda fazer uma nova captação de recursos para o projeto de expansão. No terceiro trimestre, a Inbrands acumulava dívida líquida de R$ 431,6 milhões, 16,4% superior à de 2013. O grupo concluiu os nove primeiros meses do ano com lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) de R$ 99,8 milhões, alta de 33%. A relação entre dívida líquida e Ebitda é de 4,3 vezes, ante 4,9 vezes um ano antes. O lucro líquido foi de R$ 8,7 milhões no acumulado de janeiro a setembro, uma queda de 21,9%. A receita líquida total cresceu 3,8%, chegando a R$ 835,9 milhões.

 Fonte: Valor Econômico S.A.

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