FINANÇAS


2014-08-07

Os bancos públicos federais aproveitaram a crise financeira internacional para acelerar uma estratégia de crescimento e superação do setor privado. Nos últimos 12 meses, a Caixa Econômica Federal (CEF) e o Banco do Brasil (BB) entraram em nichos de negócio antes não explorados e ajudaram o setor público a avançar de 34,1% para 37,6% o volume global de operações de crédito do País.

A Caixa, que sempre foi identificada com o financiamento habitacional, pagamento de funcionários públicos e abraçava os pequenos poupadores e a população de baixa renda, ganhou um banco de investimentos para comprar participação em outras empresas, a CaixaPar, e entrou mais pesado no mercado de crédito para médias e grandes empresas, financiamento de automóveis e de eletrodomésticos. Na semana passada, anunciou que vai financiar viagens.

O Banco do Brasil, que conta com acionistas privados, mudou de direção, entrou no mercado imobiliário, de automóveis, eletrodomésticos e agora está submetido a um "contrato de gestão informal" com metas para redução dos juros dos seus empréstimos, como definiu o ministro da Fazenda, Guido Mantega, ao anunciar a substituição de Antonio Lima Neto por Aldemir Bendine no comando do instituição.

Essa expansão dos bancos públicos é explicada em grande parte pela inércia dos seus concorrentes privados, que, com medo da crise, pararam ou desaceleraram o ritmo de concessão de novos empréstimos, abrindo caminho para a Caixa e, principalmente, o BB. Tradicionalmente especializados em nichos de operações de crédito, como habitação (Caixa) e agronegócios (BB), os dois bancos passaram a atrair pessoas físicas com o dinheiro que acabaram sugando de instituições privadas de porte médio durante a crise. "Tivemos um volume enorme de liquidez voando para dentro do BB", diz o gerente de Relações com Investidores do banco, Marco Geovanne Tobias. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

 

Fonte: Agência Estado

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